Repercutiu essa semana o vídeo em que o motoboy Elton dos Santos, 31 anos anos, é humilhado pelo sócio do restaurante Abbracio em um shopping do Distrito Federal, por estar carregando o celular. Ele que estava aguardando o pedido, ouviu do homem que “ele não pisaria mais na loja dele” e que “não paga R$ 140 mil de aluguel para motoboy sentar ali e colocar celular para carregar”.
Descobrimos que o Elton, sua esposa Rayssa e um bebê de 6 meses, moram de favor na casa de uma cunhada, após ele, que trabalhava como gesseiro, perder serviços com a pandemia. Eles dormem juntos no chão, numa cama de solteiro e sonham ter o próprio cantinho. Como entregador, ele consegue no mês um salário mínimo e ajuda no aluguel de R$ 700.
A vaquinha é para garantir por pelo menos 1 ano, o aluguel de uma casinha para eles viverem bem. O valor também é para compra de móveis (não possuem nenhum) e do berço do bebezinho.
Elton nos contou que conseguiu financiar um apartamento popular em Goiás (onde conseguiu financiar sem entrada), mas, após toda a crise da pandemia, ele não tem conseguido mais pagar as prestações de R$ 600. Com o valor da vaquinha suprindo as necessidades do aluguel e de casa, ele poderá pagar as prestações e não correrá o risco de perder seu imóvel, que tem previsão para ser entregue daqui 1 ano.
Na última terça-feira (20), Elton registrou ocorrência na delegacia e o caso será investigado como injúria. Um escritório de advocacia se disponibilizou a ajudá-lo. Acompanhe ele também pelas redes sociais clicando aqui.
OBS: Inicialmente na mídia, foi publicado o nome dele como “Everton”, como o próprio nos explicou e os sites também, isso aconteceu porque ele estava usando a conta de aplicativo do seu irmão, que não trabalha mais como entregador.
#Nota do restaurante e do shopping
Tentamos contato com o restaurante diversas vezes e não conseguimos retorno, em nota publicada na mídia, eles se manifestaram da seguinte forma:
"Agradecemos a oportunidade de esclarecer o ocorrido. Nós, da Bloomin’ Brands, grupo detentor da marca Abbraccio, informamos que o que é retratado no vídeo não condiz com a nossa relação com os profissionais de entrega.
Lamentamos o ocorrido. Informamos também o sócio do restaurante foi afastado para que possamos apurar todos os pontos e refazer o processo de orientação do trabalho com os entregadores locais. Estamos no Brasil há 23 anos e temos um relacionamento genuíno com as nossas pessoas e os fornecedores que trabalham conosco.
Nada justifica o desalinhamento com nossos procedimentos e já iniciamos a reorientação de todo o time do restaurante em relação à nossa filosofia para que situações como esta não voltem a acontecer.
Para nós, é muito importante reforçar que temos uma relação de respeito e profissionalismo com todos os motoboys responsáveis pela logística do nosso delivery e isso se reflete no dia a dia com o atendimento de milhares de pedidos todos os meses em todas as cidades onde estamos presentes."
Nota do shopping:
"O ParkShopping lamenta profundamente o ocorrido entre o sócio de uma loja e um entregador, na doca do empreendimento, um local de suporte para trabalhadores das operações de entrega. Respeitamos todos os públicos que frequentam o ParkShopping e prezamos pela boa convivência e relacionamento cordial entre lojistas, colaboradores, prestadores de serviço, clientes e todos que circulam e trabalham no shopping".
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