Jovem abandona a própria vida e muda de estado para cuidar de seu pai doente e acamado

“Abandonei minha vida pra cuidar do meu pai. E faria tudo de novo se precisasse.”

Aos 27 anos, Luiz cuida com todo amor de seu pai de 75 anos, o Seu José. O idoso sempre levou uma vida sofrida e de muita batalha para criar seus 10 filhos, em Presidente Bernardes, interior de São Paulo. Há 5 anos, época de ter seu descanso merecido e se aposentar, ele sofreu um AVC, que deixou seu lado esquerdo paralisado além de aparecerem sequelas que foram só piorando. E, para completar, recentemente foi diagnosticado com Parkinson e Alzheimer. 

Já não tendo nem força mais pra andar, ele fica só deitado ou sentado na cadeira de rodas. Nem na cama consegue ficar, pois não sendo adaptada, ela causa dores no corpo. Tem dificuldade para se alimentar e fazer coisas simples, como beber água. A cabeça também piora a cada dia, se confunde com as lembranças e memórias. Segundo o filho, o SUS disse que nem fisioterapia tem mais jeito para ajudar a melhorar o caso.

No começo, o pai disse que iria para um asilo, que não queria dar trabalho para os filhos. Mas não se adaptou e foi morar com uma filha. Porém, ela, cuidando de um filho com autismo e com a piora rápida do pai com o passar do tempo, não pôde mais continuar.

Foi aí que, há 2 anos, Luiz sentiu em seu coração que deveria largar tudo onde morava em Santa Catarina e cuidar do pai. Mesmo com a vida estabelecida, trabalhando como garçom em 2 empregos, ele não pensou duas vezes e voltou para o interior de São Paulo. Os seus irmãos, que têm suas famílias, se uniram também e ajudam como podem: um paga o aluguel, outros contribuem com compras.

Só que além dos desafios de cuidar do Seu José, ele enfrenta suas próprias batalhas. Nasceu com hemangioma, um tumor no rosto que não é maligno, mas que precisa de tratamento. Já passou por duas cirurgias e está para realizar a terceira. Mas ele se preocupa, pois durante a recuperação da cirurgia ele precisará pagar um cuidador para seu pai durante pelo menos 1 mês, e não tem de onde tirar recurso. E há 4 meses, sua mãe, que era separada de seu pai, também foi morar com eles após entrar numa depressão grave.

Para sobreviver, eles dependem da aposentadoria do Seu José, que é em torno de 900 reais, que é o que sobra após descontar o valor de empréstimos que ele fez para os filhos no passado. 

O que a gente percebe do Luiz é que com todo seu carinho e responsabilidade, ele está deixando também sua saúde de lado. Não é fácil cuidar de duas pessoas doentes, além do físico, o emocional fica muito abalado. Ele até ganhou algumas sessões de terapia de algumas pessoas, para poder se sentir melhor.

Vendo um filho tão dedicado e amoroso, mas que não tem saída para garantir uma vida melhor para ele e para os pais, queremos ajudar com o sustento e garantir tratamento tanto do pai, como do filho também. 

Você pode acompanhá-los em @iluizaugusto

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2024_07_107