Jovem indígena aprovado em Medicina pode perder vaga por não ter como se manter

✅ História verificada

Imagina você ter um sonho desde a juventude: salvar vidas. E agora, depois de tanta luta, correr o risco de perder tudo por não conseguir se manter.

Esse é o dilema do Janilson, um jovem indígena do povo Sateré-Mawé, que aos 28 anos foi aprovado em primeiro lugar no curso de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA), no campus de Altamira. Ele é de Boa Vista do Ramos (AM), uma cidade pequena, com pouco mais de 20 mil habitantes, onde a assistência médica é quase inexistente e o transporte até Manaus, a capital mais próxima, pode levar mais de um dia inteiro... de barco.

Desde a adolescência, Janilson carrega um propósito: cuidar de sua comunidade. 

Ele viu um tio morrer de câncer sem acesso ao tratamento adequado. Perdeu uma irmã para uma doença rara e acompanhou de perto a dor e o abandono que a falta de estrutura de saúde provoca em quem mais precisa. Ele sabia que queria ser médico. Queria voltar para casa e fazer a diferença.

Foram seis tentativas até passar no vestibular. Estudava com livros emprestados e, quando dava, colocava crédito no celular para assistir às aulas. Mesmo com todas as dificuldades, nunca desistiu.

Agora, ele tem uma chance real de transformar sua realidade e a de muitos ao seu redor — mas precisa da nossa ajuda para isso.

Janilson precisa viajar para Altamira (PA), onde será o curso, e se manter por alguns meses até conseguir o auxílio da universidade. Só que ele não quer ir sozinho. Ele é responsável pelos cuidados dos pais idosos: o pai, de 80 anos, e a mãe, de 75, que é diabética. Ele quer levá-los com ele, para seguir cuidando deles, mesmo enquanto realiza seu sonho.

A primeira vaquinha que ele fez teve que ser usada para socorrer um irmão que sofreu um acidente de moto. Hoje, Janilson recomeça, com humildade e esperança.

Vamos ajudar esse futuro médico a cuidar de quem mais precisa? Ele não sonha só por ele. Ele sonha por um povo inteiro. @jan.satere

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